O Domingo de Páscoa não tem uma data fixa, ao contrário do Natal, por exemplo, que se comemora sempre no dia 25 de Dezembro. No caso da Páscoa sua celebração pode acontecer entre o dia 22 de Março e o dia 25 de abril depois da primeira lua cheia da primavera de acordo com o calendário do hemisfério norte.
Mas a data tem a sua importância e de acordo com a nossa liturgia é a mais significativa para os cristãos. Vale lembrar que essa foi inicialmente uma herança judia. “Incialmente os judeus celebravam a fuga do povo hebreu de seu cativeiro no Egito, tal qual descreve o livro do Êxodo no Velho Testamento da Bíblia”.
Mas o Padre Leonildo Câmpelo lembra que “esse rito de celebrar a páscoa foi assim até o ano de 325 d.C. quando a Igreja Católica através do Concílio de Nicea separou a celebração judia da cristã estabelecendo as características e a tradição que norteiam a Páscoa Cristã até os nossos dias”, explica ele.
E a orientação para os fiéis que querem vivenciar esse tempo de preparação deve ser através de muita reflexão e oração já que o período é marcado pela passagem da Ressurreição de Jesus. “A Semana Santa é um dos momentos mais importantes e significativos para a Igreja Católica, pois antecede a maior celebração: a Páscoa que nada mais é que a Ressurreição do Senhor. Fica o ensinamento de que Ele nos abre as portas da vida eterna, seu triunfo sobre a morte é a vitória definitiva sobre o pecado. Este feito tem no Domingo da Ressurreição, ou da Páscoa, a celebração mais importante de todo o ano litúrgico”, reforça o sacerdote.
É importante ainda reforçar que durante esse período serão relembrados os últimos dias da vida terrena de Jesus, sendo a celebração de Sua Paixão, Morte e Ressurreição. Para o padre Leonildo “a Semana Santa representa a época litúrgica mais importante do ano, porque é a preparação imediata para a maior festa, a Ressurreição de Jesus, ponto central de nossa fé”.
E a passagem deste período tem seu início no Domingo de Ramos, quando relembramos a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém. O dia começa com uma procissão de fiéis cantando hinos e carregando ramos. Ao chegar à Igreja, celebra-se uma missa com a leitura de trechos bíblicos sobre o sacrifício de Jesus Cristo. Na segunda, terça e quarta-feira, a Igreja segue sua missão de celebrar com atenção profunda o mistério da Paixão do Senhor. “A liturgia desses dias apresenta Cristo como servo sofredor, que se oferece livremente como sacrifício para entrar na glória do Pai. E no passo a passo, os últimos acontecimentos da vida terrena de Jesus, levando-nos a descobrir vitalmente a unidade do mistério do sofrimento e glorificação do Senhor”, pontua.
É importante esclarecer junto aos fiéis que durante o sábado guarda-se luto e dor, já na expectativa da vitória, no domingo de Páscoa, quando acontece a grande festa da Ressurreição. “Neste Mistério Pascal, fato primordial da nossa fé, e centro de todas as celebrações litúrgicas, está implícito que a vida venceu o pecado e a morte, por isso celebremos com júbilo”, incentiva.
E não há exemplo maior, pois Ele percorreu os caminhos de uma vida simples e humilde, junto aos pobres e marginalizados, construindo com eles uma vida de amor, de identificação. Jesus convoca-nos a viverem sob o reinado de Deus, perdoa os pecados, cura males físicos e espirituais, e oferece vida.
“A Semana Santa traz todo este histórico da vida de Jesus e exige do cristão hoje um comprometimento com Ele e com sua proposta de vida. É preciso aprender com Ele esse caminho do amor, entrega abnegada. Para isso, o cristão deve viver sua vida pela causa do bem e da redenção. Não alimentando a ira, o desejo de vingança, rancores e ressentimentos”, afirma padre Leonildo Câmpelo.
No Domingo de Páscoa a Paixão, Morte e Ressurreição adquirem um sentido novo, profundo e transcendente, que permitirá aos cristãos vivenciarem a presença de Cristo Ressuscitado por toda a eternidade. Padre Leonildo explica ainda que a Ressurreição de Jesus cria para os homens uma nova dimensão de ser, um novo âmbito da vida: “o estar com Deus”. Também significa que Deus manifestou-se verdadeiramente e que Cristo é o critério no qual o homem pode confiar.
“A Páscoa significa travessia, passagem. No contexto de Moisés, essa passagem significa sair da condição de escravo para ser povo livre. Na perspectiva de Jesus, que parece destruído pela morte, a Páscoa vai ganhar o sentido de vitória sobre o inimigo. Jesus, ao vencer as forças da morte, aniquila o pecado, fonte de todo mal. Isso alimenta nos cristãos, esperança de vida”, diz.
Portanto a grande mensagem nas celebrações deste dia é de que Jesus ressuscitou do mundo dos mortos e levantou-se no terceiro dia para proclamar a Boa Nova, a salvação dos homens de fé e boa vontade. São as primícias de um mundo novo. “Nossa missão como Igreja é revelar para toda humanidade o maior evento da humanidade. Jesus Cristo renasce e traz consigo a luz permitida por Deus. Enfim, é momento de voltar-se para Deus. Celebrar com dignidade e atitudes renovadas. É me permitir para graça como cristão de fato”, finaliza.
Por Vera Alice Brandão