O Sábado Santo é reservado ao silêncio e à esperança amorosa da ressurreição. Esse é o dia da Vigília Pascal que é a mãe de todas as vigílias na vida da nossa Igreja. Enquanto o Senhor desce às profundezas da condição humana mortal, a Igreja espera ansiosa e confiante, na certeza de que Ele vive e, em breve, ecoará por todo o universo o Aleluia pascal, a passagem de toda a criação para a vida nova. A fé e a esperança revestem o coração humano de paz.
E já começamos com essa explicação a reflexão sobre o significado do Sábado Santo com a orientação do Padre Adão Cruz, da paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima que nos ajuda a refletir sobre essa paz, que na verdade é o dom que o Ressuscitado compartilha com os discípulos em forma de saudação: a paz esteja convosco. A paz conquistada por quem enfrentou e venceu a mais terrível e dolorosa luta e entregou a vida por amor. “A paz que reveste o corpo glorioso do Ressuscitado com o manto branco da ressurreição, dom do Pai e ação do Espírito Santo”, explica.
Portanto essa é a Vigília Pascal que deve ser vivenciada no Sábado Santo. Vale dizer que esse é o rito mais longo do Ano Litúrgico e também o mais importante por proclamar solenemente a ressurreição de Cristo.
Padre Adão relembra ainda que os fiéis que forem participar da Vigília devem levar vela para participar “do acendimento do fogo novo. O significado do fogo na Bíblia é a proximidade de Deus e sua comunicação com o ser humano. No Evangelho, o próprio Jesus nos aconselha a estarmos em vigília, com tochas nas mãos, à espera da vinda do Senhor (cf. Lc 12,35). Esse momento simboliza a luz de Cristo ressuscitado que renova a criação e a liberta das trevas do pecado e da morte. Naquela fogueira Santa que é feita nas mediações da Paróquia, o fogo é abençoado pelo sacerdote e ascende-se o círio pascal. Esse é outro elemento que representa Cristo ressuscitado. A luz de Círio é espalhada pelas velas que os fiéis têm nas mãos, símbolos do batismo, pelo qual cada criatura renasce na luz de Deus. As velas também são abençoadas”, reforça.
Após esse momento, o fiel é convidado a vivenciar a narrativa em forma de versos. A proclamação une a voz de toda a Igreja ao louvor que os anjos e os santos dirigem ao Senhor. “A liturgia da Palavra faz memória da ação libertadora de Deus, que promete o Salvador e cumpre a promessa em Cristo Ressuscitado, o novo Adão, no qual todas as criaturas recebem vida nova. É hora de abençoar a água. A partir disso cantamos o Exulta-te e é em resposta à libertação oferecida por Cristo, que a Igreja renova à aliança do batismo, cujo símbolo principal é a água. Portanto Cristo é aquele que batiza nas águas e esta se torna benta.”
Mas o fiel precisa entender que isso ainda não é o momento de celebrar a páscoa. O domingo da páscoa tem sua celebração própria. “O que fica mesmo é o desejo de esperança; de que possamos também nós ressurgir como Ele para a vida eterna” finaliza padre Adão Cruz.
Por Vera Alice Brandão