Você consegue lembrar-se de como era fazer um discurso na escola primária na frente de toda a classe? Ou mesmo hoje, quando entra numa sala cheia de estranhos e sofre uma espécie de medo e ao mesmo tempo fica com a sensação que todas as pessoas estão a observá-lo? Pois bem, para os psicólogos esse é um perfil que descreve as pessoas tímidas. Mas e como encarar os desafios sem deixar que a timidez atrapalhe. Por exemplo, em sua paróquia, na hora de servir há alguma tarefa que fique comprometida de ser realizada em detrimento da vergonha ou porque como cristão você sente timidez ao ponto de não querer assumir aquela missão?
Quer sejamos introvertidos ou extrovertidos, todos nós podemos vivenciar esse sentimento de timidez em algum momento das nossas vidas. Socialmente, construiu-se a ideia errada de que só os introvertidos vivem a experiência da timidez, mas isso não é verdade. A timidez tem mais a ver com estar à vontade consigo mesmo, especialmente quando se encontra em situações sociais. Para muitas pessoas, esta condição pode por vezes estender-se até à idade adulta. Talvez você hesite em fazer um telefonema ou abordar alguém para pedir uma orientação. Às vezes isso pode prejudicar mais do que ajudá-lo. Você começa a evitar algumas situações, evita ir a lugares, evita constrangimentos, pode evitar defender a sua opinião por receio do confronto e da exposição.
E foi com a missão de ajudar aquele fiel que se sente acanhado ao ponto de não colaborar nas ações pastorais por timidez é que o repórter do Programa Em tuas Mãos, Lívio Galeno foi em busca de dicas e/ou orientações que pudessem ajudar aqueles que estão distantes das suas paróquia. Em visita a Paróquia Nossa Senhora do Rosário o jornalista conversou com o pároco Adão Cruz que é considerado por muitos um Padre bastante social e dono de um domínio de oratória abençoado. Na entrevista que foi ao ar no mês de setembro do corrente ano o Padre lembrou que o primeiro passo para superar o perfil de timidez deve ser dado pelo fiel cristão que não pode se ausentar das ações da sua paróquia em detrimento de ser tímido. “A timidez é um aspecto muito real e palpável dentro do universo de pastoral. É comum encontrarmos pessoas que são talentosas, com muitos carismas. No entanto nos questionam sobre como proceder diante dessas deficiências e eu respondo para vir, se integrar, caminhar conosco. A nós cabe acolher, abraçar, dar esse apoio, dispor olhar atento para que esse fiel não venha a se excluir. É importante reforçar que a paróquia e seus cristãos não excluem, a pessoas é que evita em detrimento da sua timidez” reforça.
Na entrevista o Padre Adão Cruz citou a história de personagens bíblicos que mesmo com o perfil mais tímido venceram suas deficiências através da obra de Deus. “Moisés era gago e mesmo com sua gagueira se tornou um grande homem e um líder no meio da sua comunidade. Jeremias chega a dizer que não sabe falar. No entanto Deus torna Jeremias um doa maiores profetas já conhecidos da nossa história. Essas citações são apenas para dizer aquele que quer ingressar nas ações pastorais, mas que se limita em detrimento da sua vergonha que Deus como a sua vontade própria pode sim agir e aquele fiel vir a ser um grande servo do Senhor” explica.
E os exemplos da vida real também foram lembrados pelo sacerdote que é pároco da Igreja Nossa Senhora do Rosário, no Bairro Santa Fé, na zona sul de Teresina. “Na nossa Paróquia são muitos os exemplos de filhos que tem belíssimas vozes e que estavam acanhados, e distantes da vivência paroquial por conta da timidez. E o que fizemos? Chamamos, passamos a acompanhar. Trabalhos juntos aquele dom de Deus e hoje esses cristãos cantam e encantam nas nossas celebrações” comemora.
O jornalista Lívio Galeno questionou ainda sobre a comunidade e/ou uma Paróquia pode ajudar o cristão a vencer a barreira da timidez. Para o Padre Adão a timidez é algo possível de ser superado. Ele reforçou que “a comunidade tem a missão de acolher e não excluir as pessoas que sofrem com a timidez. A comunidade deve fazer o convite, abraçar o irmão. Em sua maioria são talentos que precisam apenas de um empurrão para se tornarem exemplos de paroquianos” finaliza.
Por Vera Alice Brandão