Na manhã do dia 21 de abril, um dia após a celebração da Páscoa do Senhor, o mundo recebeu com pesar a notícia do falecimento do Papa Francisco. Em comunhão com toda a Igreja, a Arquidiocese de Teresina vive este momento com profundo sentimento de oração e gratidão pela vida e missão do Santo Padre.
Em entrevista, o padre Francidilso Silva refletiu sobre a trajetória de Francisco, destacando o impacto profundo e duradouro dos seus 12 anos de pontificado. Para o sacerdote, o Papa deixa um legado de amor concreto, sobretudo aos mais vulneráveis. “O grande legado do Papa Francisco é o amor, especialmente pelos excluídos e descartados da sociedade. Ele cultivou uma proximidade real com os pobres e com aqueles que vivem nas periferias existenciais, como ele mesmo costumava dizer”, afirmou o vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima.
Desde o início de seu pontificado, o Papa Francisco convocou a Igreja a ser missionária, acolhedora e próxima das realidades humanas. Uma “Igreja em saída”, como proclamava. Padre Francidilso destacou ainda que Francisco não apenas falou, mas provocou mudanças reais e significativas. “Ele transformou a Igreja por dentro. Um exemplo claro foi a inclusão maior das mulheres nos espaços de decisão. Uma de suas últimas ações foi nomear uma religiosa como prefeita do Dicastério para a Vida Religiosa”, disse.
Outro marco de seu pontificado foi a defesa da ecologia integral. Encíclicas como Laudato Si’ e Laudate Deum tornaram-se referências para o cuidado com a Casa Comum, inspirando não apenas a Igreja, mas o mundo, a uma nova postura diante da criação.
O futuro da Igreja e o processo de sucessão
Com a morte do Santo Padre, inicia-se o processo de escolha do novo sucessor de Pedro. Padre Francidilso explicou que, após o sepultamento, o Colégio dos Cardeais se reúne nas chamadas Congregações Gerais, onde se discutem os desafios atuais da Igreja. Em seguida, realiza-se o Conclave, momento em que os cardeais, guiados pela força do Espírito Santo, elegem o novo pontífice.
O Conclave terá início na próxima quarta-feira, dia 07 de maio. Durante esse período os cardeais ficarão isolados na Capela Sistina, onde votam até quatro vezes ao dia (duas pela manhã e duas à tarde). Para ser eleito, o candidato precisa alcançar dois terços dos votos. Se após três dias não houver resultado, há uma pausa para momentos de oração e espiritualidade antes da retomada das votações. “Às vezes, pode parecer um processo meramente político, mas é, acima de tudo, espiritual. O voto é um ato de fé e discernimento”, destacou o padre.
Ao final da entrevista, ele relembrou gestos emblemáticos de Francisco, como as visitas a presídios e a oração silenciosa diante do Muro da Vergonha, entre Israel e Palestina. Para o sacerdote, esses momentos traduzem a essência do Papa, que viveu uma vida cristã autêntica, comprometida com o Evangelho.
“Mais do que palavras, ele nos ensinou com o exemplo. Francisco sempre defendeu uma Igreja de portas abertas, onde todos têm vez e voz. A espiritualidade da sinodalidade, que ele tanto promoveu, é um de seus maiores legados e deve continuar nos guiando. O mundo chora a perda de um grande líder espiritual, mas também se alegra por ter sido testemunha da vida de um verdadeiro homem de Deus”, concluiu.

Em Tuas Mãos
A entrevista completa com o padre Francidilso Silva estará disponível no programa Em Tuas Mãos, exibido no dia 04 de maio, às 6h, pela TV Meio, e também no canal oficial da Arquidiocese de Teresina no YouTube.