A Ação Social Arquidiocesana (ASA) promoveu na manhã da última quarta-feira (14), a cerimônia de lançamento da Cartilha “Fortalecendo o Trabalho em Rede em Defesa das Crianças e Adolescentes”. O material, que foi elaborado por educandos dos serviços Casa de Zabelê, Novos Meninos e Integrar no contexto do projeto Florada dos Ipês II, traz historias e gravuras que narram situações de violência comumente vivenciadas por crianças e adolescentes, tais como abuso e trabalho infantil.
Durante o evento, que foi desenvolvido no salão paroquial da Igreja de Fatima (Zona Leste), foram realizadas apresentações culturais, pronunciamentos de autoridades e uma sessão de autógrafos, conduzida pelas crianças e adolescentes envolvidas na confecção da cartilha. Segundo o coordenador pedagógico da Casa de Zabelê, Francisco Moreira, a cartilha foi lançada buscando fortalecer o sistema de garantia de direitos através de ações qualificadas e eficazes no enfretamento das violações.
“Hoje o que estamos vendo é a culminância de um projeto que começou em 2021, através de oficinas socioeducativas e formativas de prevenção a essas temáticas. É um ato sensibilizador, que vai fortalecer todas as redes de proteção social. Após esse lançamento, nós vamos levar as cartilhas até as escolas da rede municipal de ensino, onde os autores da cartilha vão conversar com as crianças nas escolas para que haja uma sensibilização no enfrentamento dessas violações de direitos”, explicou o coordenador.
O lançamento da cartilha acontece na semana em que o Brasil foi confrontado por uma terrível violação praticada contra uma criança piauiense de 11 anos, que após ter sido estuprada e engravidar foi mais uma vez vítima de abuso sexual.
De acordo com a secretária executiva da ASA, Carla Simone, a iniciativa promovida pelo Florada dos Ipês através do encarte propõe contribuir com o trabalho desenvolvido pelas diversas entidades da rede socioassistencial, para garantir que casos como esse não tornem a acontecer.
“Não é possível que diante de tantas situações de violência sofridas diariamente por nossas crianças e adolescentes a gente feche os olhos ou cruze os braços. Enquanto rede nós temos o compromisso de lutar para garantir os direitos deste público, e para isso é essencial que trabalhar a conscientização da sociedade através do protagonismo dos próprios menores, tal como buscamos fazer através do Florada dos Ipês”, destacou Carla.
No processo de elaboração da cartilha, os jovens que são assistidos pelo projeto transmitem suas experiências, ensinamentos e a esperança para que outras crianças e adolescentes não sofram nenhum tipo de violência. A jovem Nádia Emanuele, atendida pelo Centro de Convivência Novos Meninos, fala da sua alegria em poder compartilhar os ensinamentos recebidos.
“O Florada dos Ipês representa muito do que está acontecendo no mundo e ajuda a gente a ficar mais atento para as situações que de alguma forma podem nos acontecer no dia a dia. Por isso é uma alegria participar, por que além disso, com a iniciativa os participantes têm mais voz para expor esses abusos e ajudar outras crianças a também superar essas violências”, afirmou Nádia.
A cartilha tem 31 páginas, e conta com gravuras elaboradas pelos próprios educandos, entrelaçadas a histórias que exemplificam na pratica as situações de violência, e será distribuída gratuitamente em escolas da capital. O material também traz ainda informações para auxiliarem as crianças e adolescentes a identificarem toques inadequados, além dos contatos das instituições da rede de proteção.