A Sexta-feira Santa, ou ‘Sexta-feira da Paixão’, é a Sexta-feira antes do Domingo de Páscoa. É a data em que os cristãos lembram o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus Cristo, através de diversos ritos religiosos.
Segundo a tradição cristã, a ressurreição de Cristo aconteceu no domingo seguinte ao dia 14 de Nisã, no calendário hebraico. A mesma tradição confirma ser esse o terceiro dia desde a morte. Assim, contando a partir do domingo, e sabendo que o costume judaico, tal como o romano, contava o primeiro e o último dia, chega-se à sexta-feira como dia da morte de Cristo.
De acordo com o Padre Luís Eduardo, que administra a Área Pastoral Ininga e Planalto “a Sexta-feira Santa é um feriado móvel que serve de referência para outras datas. É calculado como sendo a primeira Sexta-feira de lua cheia após o equinócio de outono no hemisfério sul ou o equinócio de primavera no hemisfério norte, podendo ocorrer entre 22 de março e 25 de abril.”, explica.
Na nossa Igreja Católica, este dia integra o Tríduo pascal, o mais importante período do ano litúrgico. A Igreja celebra e contempla a paixão e morte de Cristo, por isso é o único dia do ano em que não se celebra, em absoluto, a Eucaristia.
“Por ser um dia em que se contempla de modo especial Cristo crucificado, as regras litúrgicas prescrevem que neste dia e no seguinte (Sábado Santo) se venere a cruz. No entanto, mesmo sem a celebração da missa, tem lugar, no rito romano, uma celebração litúrgica própria deste dia. Tal celebração tem semelhanças com a da Eucaristia, na sua estrutura, mas difere essencialmente desta pelo fato de não ter a Oração Eucarística, a mais importante parte da missa católica”, reforça o sacerdote.
A celebração da morte do Senhor consiste, resumidamente, na adoração do Cristo crucificado, precedida por uma liturgia da Palavra e seguida pela comunhão eucarística dos participantes. “Presidida por um presbítero ou bispo toda a liturgia católica deste dia está em função de Cristo crucificado. Assim, a liturgia da Palavra pretende introduzir os fiéis no mistério do sofrimento e da morte de Jesus, que assim aparece como uma ação livre de Cristo em ordem à salvação de toda a humanidade. A veneração da cruz, símbolo da salvação, pretende dar expressão concreta à adoração”, pontua.
A comunhão eucarística é assim, para a Igreja, a forma mais perfeita de união com o Mistério pascal de Cristo, e por isso é um ponto culminante na união dos fiéis com Cristo. “O fato de se comungar do pão consagrado no dia anterior, vem exprimir e reforçar a unidade de todo o Tríduo Pascal. Vale, portanto gerar reflexão nos fiéis para que neste dia observem alguns sinais de penitência, em respeito e veneração pela morte de Cristo. Assim, convidamos à prática do jejum e da abstinência da carne”, diz padre Luis Eduardo.
Além do jejum vale reforçar a prática de exercícios piedosos, como a Via Sacra e o Rosário, que também são recomendados como forma de assinalar este dia especialmente importante para a fé cristã.
Por Vera Alice Brandão