Os sete dons do Divino Espírito Santo (Fortaleza, Sabedoria, Ciência, Conselho, Entendimento, Piedade e Temor a Deus) são graças de Deus e só com o esforço pessoal não podemos fazer com que cresçam e se desenvolvam. Necessitam de uma ação direta do Espírito Santo para poderem atuar dentro da virtude e perfeição cristã. No Espírito Santo reside o amor entre o Pai e o Filho, mas é do conhecimento de todos os cristãos que o Divino Espírito Santo de Deus se encarnou no seio de Maria Santíssima, trazendo Jesus ao mundo para nossa salvação. Por isso sempre devemos pedir à Maria, esposa do Espírito Santo, que interceda por nós junto a Deus concedendo-nos a graça de recebermos os divinos dons.
Nas Escrituras, o próprio Jesus nos recomenda: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto” (Mt 7, 7). Essa passagem bíblica é motivo de inspiração para Ana Aracy que integra o grupo de oração Maria Imaculada da Paróquia Nossa Senhora das Dores. Para ela os dons são graças e para sermos abençoados precisamos ao longo da vida adquirir intimidade com o Espírito Santo. “E isso só se adquire com a oração pessoal. A partir do momento que esse relacionamento íntimo é alimentado vamos sendo agraciados com os dons. Isso acontece no dia-a-dia, com a nossa rotina. Devemos clamar e mover em nós na prática ações que condizem com o perfil cristão. Não basta dizer, tem que fazer”, explica.
Para a servidora pública que também integra a Renovação Carismática Católica, ao adquirirmos essa intimidade melhora também as nossas aceitações em relação àquilo que nos acontece. “A nossa caminhada é cheia de altos e baixos. E quem tem fé se sobressai melhor diante dos degraus da vida. Os dons nos orientam diante das condutas a serem adotadas. Em uma conversa com o próximo que enfrenta dificuldades é fácil perceber quando a fé é a força motora que impulsiona para o caminho da honestidade e dos ensinamentos de Deus”, pontua.
Para o Padre Antônio Marcos, da Paróquia de São José, na cidade de Inhuma, dom significa dado e vem da graça de Deus. Ele explica que o Pai concede na sua gratuidade e vai conferindo ao ser humano o que deseja e necessita. “O caminho natural para se adquirir esse dom é a oração. Deus joga a semente, no caso o dom e a oração vai fazer com que esta semente germine. A oração que fazemos habitualmente sempre tende a ser incompleta. Falamos, pedimos e às veze até gradecemos a Deus, mas eu gosto de reforçar que a oração de fato é o caminho. Precisamos calar para ouvir. E é neste silêncio que vou então descobrindo os caminhos para que este dom que eu recebo de Deus venha a frutificar na minha vida”, pontua.
Portanto fica claro que não adianta receber um presente e não abrir. Os dons são como presentes. Temos que desembrulhar, gostar do presente e usar o presente. “Muitas vezes Deus concede o dom, por exemplo, da sabedoria, mas posso pegar este dom e guardar no armário, ficando guardado como um presente que se ganha e não se abre e assim, não frutifica. “E à medida que acolho, recebo esse presente dado por Deus , não por merecimento, mas por amor, a caminhada se torna abençoada com os dons”, reforça padre Antônio Marcos.
Portanto, de acordo com a Igreja Católica, os sete dons do Espírito Santo são sinais que Deus concede para serem compartilhados com o próximo. Tudo aquilo que Deus nos dá é para nos plenificar intensamente.
Por Vera Alice Brandão