Somos seres históricos, que dentro da realidade presente precisam acompanhá-la para se adaptarem a certos avanços e conquistas da tecnologia. Uma dessas realidades é a possibilidade de ter a Bíblia Sagrada nos aparelhos eletrônicos de uso pessoal (celular ou tablet). “É um avanço, e a Palavra de Deus disponível através de aplicativos pode ser lida onde não pudermos levar o livro maior. Porém, ainda é extremamente importante o manuseio da Palavra Deus em formato de livro, tanto pela tradição quanto pelo aprofundamento nos estudos, pois permite uma concentração mais apropriada”, comenta o padre Carlos César, da paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Inicialmente a Palavra de Deus não existia na forma escrita. Passada de tradição oral (boca a boca) e escrita rudimentar em papiro, a tecnologia contribuiu para que fosse registrada, a princípio, em pergaminho, papéis feitos a partir do couro de animais. Muito tempo depois veio a impressão (imprensa), que facilitou sua multiplicação. Na era digital a tecnologia alterou novamente o acesso à palavra. “O livro de Deuteronômio diz: ‘A palavra está perto de ti, na tua boca, no teu coração’. Hoje eu acrescento que está também em nosso aparelho eletrônico, acessível para quem o tem”, afirma o padre. Contudo, é importante considerar os riscos que a utilização da Bíblia nesse formato pode conter. “A iluminação do dispositivo pode dificultar a concentração. Bem como uma ligação recebida ou demais notificações. Nessa situação orientamos para que o fiel, ao utilizar a Bíblia em formato digital, coloque o aparelho em modo avião”, pontua o sacerdote. O padre Carlos explica que a Igreja não proíbe o uso de aparelhos eletrônicos para acompanhamento das leituras e da liturgia. Contudo, é necessário que o uso seja unicamente para esse fim, evitando distrações. “Se você sabe que entrou no espaço do Sagrado, numa igreja que te convidada ao silêncio e à meditação , eu acho que o bom senso vai te fazer restringir o uso do aparelho naquele instante. A Bíblia virtual não deve substituir o livro tradicional impresso”, finaliza o padre. A entrevista completa com o padre Carlos César, estará disponível no Programa em Tuas mãos, da Arquidiocese de Teresina. Por Flalrreta Alves |