A Romaria da Terra e da água faz parte da história e da caminhada da Igreja no Piauí desde 1988 e se tornou um grande evento que envolve o homem e a mulher do campo e da cidade. Na Romaria da Terra e da Água são celebradas as lutas e as vitórias de todas as pessoas que defendem a preservação da terra e da água.
Esse ano a 13° edição da romaria será nos dias 17 e 18 de outubro na cidade de Oeiras, localizada a 280 km da capital, Teresina. Com o objetivo de contribuir para a formação política se propõe também a anunciar as experiências de vida daqueles que lutam pelo direito à terra e à água no sentido de implementar políticas públicas voltadas para a reforma agrária e agricultura familiar.
Para um dos coordenadores da romaria, Adonias Moura, a realização da Romaria é um período para toda a sociedade refletir sobre a situação da água e da terra e sua importância para a vida no Planeta, ampliando o debate sobre as causas dos efeitos negativos do atual modelo de desenvolvimento econômico.
“A romaria é também um momento de avaliar os impactos sociais e ambientais das grandes obras e projetos que estão se instalando no Piauí, tais como: a exploração do Gás Natural na região de São Raimundo Nonato e Floriano, o minério de ferro em Curral Novo e Paulistana, e tantos outros projetos do agronegócio que não respeitam a vida e destroem o meio ambiente” explica ele.
Segundo a FETAG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura – existem em todo Piauí 200 mil famílias sem terra para morar e trabalhar. O Piauí se caracteriza como um Estado economicamente agrário, onde 43,11% da sua população ainda reside na zona rural. Além disso o Estado do Piauí, nos últimos anos, vem passando por períodos difíceis, pois desde 2012, enfrenta uma das piores secas dos últimos 30 anos.
Para o bispo da Diocese de Oeiras, Dom Juarez Sousa da Silva, esse é um evento religioso de fé e compromisso com a vida. “É um momento de reflexão sobre a natureza, esse cuidado com a vida em todos os sentidos já estamos discutindo sobre bens preciosos (água e a terra) que são dons de Deus. Se a gente continuar depredando, nós não vamos ter possibilidade de vida no futuro. A Igreja tem refletido sobre a preservação ao meio ambiente. O Papa Francisco nos convida a mudarmos de comportamento em relação a natureza. Esse é um compromisso pessoal” reforça.
O evento tem o apoio de entidades como o Fórum de Convivência com o Semiárido, a Fetag (Federação dos Trabalhadores em Agricultura), Obra Kolping, Instituto Comrádio do Brasil, Comissão Pastoral da Terra (CPT), Cáritas e sindicato dos trabalhadores rurais.
A programação começa com a chegada dos romeiros às 12h do dia 17 de outubro na cidade de Oeiras seguido de um seminário. No dia 18 a programação encerra com a caminhada.
Por Vera Alice Brandão